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Sento-me à espera de ti. Não sei por que caminhos os teus passos te levam. Não sei nada de ti. Não adivinho por que ondas trazes o teu corpo frio todas as noites que sais, sem saber se voltas. À tua espera. À espera que da janela do meu quarto aviste a tua silhueta irromper pela noite, para me lançar contra os teus braços e saudar-te por teres conseguido sobreviver uma noite mais, à bravura do mar e teres vencido as águas revoltas que nos trazem o alimento.
Meu adorado, volta para os meus braços que tenho sede de ti. Quero abraçar-te para te devolver o calor ao corpo e à alma e aconchegar-te no meu corpo sedento de saber de ti.
Procuro saber de ti pelas aves, pelas estrelas, pelos relâmpagos que acendem na noite um incêndio que a chuva não apaga. Por onde andarás meu amor? Já me secaram as lágrimas e o meu coração ficou gélido por tantas noite de desalento em que partes, sem saber se voltas.
É esta a vida de todos os heróis que desafiam o mar e das suas mulheres que ficam amargamente, na janela, à espera que bons ventos empurrem os seus amados de novo para os seus braços.

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